domingo, 7 de setembro de 2008

Fótons

























Há tempos tenho uma teoria do porque amamos tanto a fotografia. Acho que ficamos fascinados (sem fascismo por favor) por causa da nossa impotência frente ao tempo.
O tempo, que dizem ser a quarta dimensão, nos carrega pra cima e pra baixo, nos atropela, nos abandona, nos é escasso e sobretudo nos fere e nos cura.

Aquela pessoa que se foi está em algum lugar no tempo. Se pudéssemos caminhar sobre ele. Iríamos até ela e talvez fizéssemos diferente, consertando erros, corrigindo rotas, numa nova chance. Tentaríamos utilizar o que alguns cientistas chamam de caminho alternativo e escolher talvez melhores felicidades.

No entanto essa possibilidade nos é vedada. Caminhamos para frente e a única forma de consertar as coisas é talvez começar de novo. Um novo início.

Aí é que entra a tal da fotografia. Ela é uma tentativa ainda que débil e ilusória de congelar o momento, o segundo. Paralisar aquela energia. Fixar o que não é fixável. Prender o que não se pode.
Olhamos para nossa impotência e esboçamos um sorriso.

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