terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Canja


Há um certo tempo, a banda Eminência Parda foi tocar no festival de cultura de Baependi. O Guiley, baixista da banda, tinha uma Brasília. Acho que era verde.

Colocamos os instrumentos dentro e fomos felizes da vida em direção ao Sul de Minas. Chegando perto de Lima Duarte a Brasilinha quebrou irremediavelmente. Era um tal de "fundiu o motor". Fato fatal.

Paramos na cidade e o Celão nos apresentou uma moça que depois se tornou uma grande amiga. A Gessiara, que durante muito tempo geriu a pousada das Andorinhas, na subida para Ibitipoca.

Quando ela viu a banda reunida, aquele monte de músicos, perguntou se a gente não faria um som num bar de um amigo dela.

_É, a gente pode dar uma canja lá - disse o baterista, com aquela voz de Celão.

Para quem não sabe, "canja" é um termo que se usa no meio musical, quando vai rolar um improviso, uma participação num show de um amigo seu, às vezes combinada ou não, mas que sai do usual.

Muuuuuito bem.
Fomos para o bar e começamos a fazer o som. Nisso, vemos a Gessiara entrar e sair da cozinha do boteco, várias vezes, em movimento uniformemente acelerado. Lá pelas tantas ela disse:

_Tirem os copos, vou colocar a panela.

Ninguém entendeu muito bem, mas como a fome já apertava, a ordem foi seguida à risca. E lá veio a panela, grande, bonita e cheirosa. Era um panelão cheio de... Canja!!!

_Vocês não pediram a Canja? Então? Tái!!

Foi a melhor canja da qual eu participei na vida!

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