Boatos

Até a alguns anos existia em Brasília a Central de Boatos. Toda quinta feira um boato se espalhava pela capital, pelos ministérios, salas... naqueles porões.

A impressão que eu tenho de Brasília é que existe um labirinto interminável de secretarias.

Fontes fidedignas me garantiram existir pessoas desaparecidas há mais de 20 anos no emaranhado de órgãos, subsecretarias, comissões, salas de reunião, coordenações etc... Existe até a SVFPDB, Sociedade das Viúvas dos Funcionários Públicos Desaparecidos em Brasília. Volta e meia aparece um saído de uma sala que ninguém havia notado que existia, perguntando se o Brasil ganhou a Copa de Setenta. Outro dia um desses encontrou, depois de quinze anos desaparecido, o paletó colocado em sua cadeira...

A quantidade de papeis, documentos, relatórios, análises, arquivos, dossiês podem um dia ameaçar o mundo com um desastre ecológico, caso tenham que se descompactar e vir à tona. Toda aquela poeira, que desde os anos 50 se esconde entre as páginas desses documentos poderiam sufocar toda a nação, que se não morresse de tanto espirrar, morreria de vergonha, e isso não são águas pasárgadas...

Me lembra uma crônica do Veríssimo, em que uma mulher, depois de sonhar que faltaria feijão promove uma corrida aos supermercados depois de acionar um grupo organizado de donas de casa. Depois de tanta procura, o produto começa a faltar. "não disse?", exclama vitoriosa a dona de casa.

Os boatos...eles chegavam o tempo todo, soltaram o prefeito!, soltaram o prefeito! E no entanto, ele continua lá, por conta do porte ilegal de arma, que, ao que parece, é crime inafiançável. Com a palavra os advogados