sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Limbo


No limbo das flores gigantes
Labirinto de bocas e olhares
No azul cintilante da moça
Eu peço paz e quero fugir
Vazar pelo vidro e seguir na luz
Velocímetros e revolução
Quase vencendo a dimensão
Do tempo e das ilusões

A fúria do oceano me escurece
Preciso urgente do mergulho







Monet

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Portas de aço

Lá estou eu olhando as portas de aço
Descendo em trilhos barulhentos da venda
É como um véu, um outro portal
um brilho intenso e pronto

é neste silêncio no sertão
nos paralelepípedos que refletem
e rimam as canções das luzes amarelas em postes de ferro
que a estrada convida
ainda assim não posso ir

estou no vidro
Meus olhos estão na prateleira
Os copos tem poeira
A roça é logo ali