quinta-feira, 16 de abril de 2009

A muralha



Na madrugada
ando a esmo
nas trilhas sem cor
no fim da noite
dissolvendo as dores
raspando o concreto que secou

e fechou a muralha sem castelo

Em meio à floresta
sem meu segredo
pelas vilas em neblina
úmidas de flores
e casas antigas
sei que meus passos me livram

das navalhas de meu desejo

Termino a prece
subo a montanha
em ávida surdina...
lá espero pelo tempo
eternidades andinas
fluindo outro plano
bem do outro lado do espelho

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Futebol Filosófico

Sistema Predatório


No final do ano passado, a ONG World Wildlife Fund divulgou um alarmante e apocalíptico relatório do nível atual da exploração dos recursos naturais do planeta. As conclusões do documento atestam a incapacidade da terra em gerir recursos para o crescente aumento da demanda humana. A sociedade capitalista em seu ápice, geradora de novos produtos e necessidades, tem aí uma de suas consequências nefastas.



O sistema atinge ou busca atingir níveis cada vez maiores e mais artificiais de compra e venda, de aquecimento do mercado, de crescimento econômico sem a preocupação com a sustentabilidade do meio ambiente, apenas com a acumulação, relegando a uma esquerda, taxada de ecochata, a preocupação com a questão ambiental. Assim, tal sistema se constituiu e ainda se mantém como ator principal do aumento desenfreado da exploração predatória das riquezas naturais do planeta.



O estudo mostra que o atual padrão de consumo de recursos naturais supera em 30% a capacidade do planeta de recuperá-los, ou seja, a natureza não mais dá conta de repor o que o mercado toma.


Durante muitas décadas a sensação de uma natureza repleta de fontes inesgotáveis representou um certo consenso e ainda hoje há cientistas, citados pelo ex-presidente George W. Bush em sua relutância em assinar protocolos ecológicos, que não admitem os estragos feitos.


Os dados do documento continuam alarmando. Se o homem continuar a explorar a natureza nos níveis atuais - isso sem contarmos a criação de novas demandas, novos aparelhos, novas necessidades etc - em 2030 serão necessários recursos equivalentes a dois planetas Terra para atender ao padrão de consumo.



Além dos problemas do aquecimento global, da falta de água e alimentos decorrentes do quadro de exploração desenfreada, a alta dos preços derivada da escassez pode levar países inteiros, que já sofrem com a fome, a tragédias sociais ainda maiores que as já constatadas. O quadro pode levar ainda as grandes potências a novas guerras por matéria prima, água, fontes energéticas e alimentos. Novos conflitos que exigirão aumento de esforços energéticos além da óbvia destruição decorrente.



Para exemplificar a discrepância e a insanidade do consumo desenfreado das grandes potências, tomemos como exemplo o “american dream”, o qual, se fosse espalhado democraticamente por todo o planeta, levaria o mundo a um rápido colapso, ou seja, caso o resto do mundo consumisse como os estadunidenses hoje fazem, precisaríamos de quatro planetas terra para dar conta do recado.


O potencial autodestrutivo do capitalismo e suas bolhas especulatórias tão alardeado por economistas, marxistas e estudiosos do sistema parece contaminar todo a sociedade, como se ela própria, vestindo a camisa do pensamento único neoliberal decretasse sua autodestruição.

SPAM

O grupo inglês Monty Pyton fez história na TV britânica e até no cinema com filmes como "A Vida de Bryan", "O Sentido da Vida" e "O Cálice Sagrado".

Fez escola também. Muito nonsense, e coisas ridículamente engraçadas